A 110ª edição do maior encontro de varejo NRF, realizada em janeiro de 2022 em Nova Iorque – EUA, contou com mais de 25 mil participantes e trouxe, na visão de dezenas de executivos do varejo no mundo, como as empresas se reinventaram e se adequaram frente à pandemia e às novas tendências de comportamento e consumo geradas a partir das crises sanitária, econômica e política que se instalaram no mundo.
Nos últimos dois anos de pandemia, o que mais ouvimos foi sobre o novo normal e como, cada vez mais, cresceu o social commerce, que permite que os pedidos ssejam feitos por rede social e, também, o aumento da compra online para receber o produto em casa, que inclusive te permite receber no mesmo dia ou até em duas horas. Na NRF 2022, além dessas novas tendências de consumo, temas como metaverso, ESG e aprimoramento da experiência de compra dominaram as pautas.
O metaverso já é visto como uma forma de diversificar as ofertas do varejo no mundo digital dentro dessa revolução no conceito de varejo que estamos presenciando. Hoje, são diversas as formas de compra fora da loja física e do e-commerce, onde entra o metacommerce, por exemplo, que entrega um mundo muito mais lúdico e interativo se comparado à loja física tradicional ou o e-commerce. Um dos cases apresentados foram os da NikeLand e da Ralph Lauren, que hoje desenvolvem roupas no metaverso para serem experimentadas pelos clientes no ambiente virtual antes de irem para as lojas físicas.
Outro tema de muita relevância tratado na NRF 2022 foi o ESG (as boas práticas ambientais, sociais e de governança), apontado como fator de extrema importância para o varejo. A diversidade foi apontada como ponto decisivo para inovação focada no consumidor, bem como as práticas sustentáveis e de consumo consciente como a preocupação com a economia circular, que ganhou força principalmente no segmento de moda/vestuário.
É inegável que a pandemia gerou uma revolução no varejo. Um dos palestrantes, o Sr. Lee Peterson da WD Partners, falou sobre como o varejo vive uma “supernova”, ou seja, uma explosão estelar, e como esse momento deve ser aproveitado para recolocar as peças no lugar, de acordo com as demandas do novo consumidor.
Nessa explosão estelar do varejo, foram tratados outros pontos super interessantes. Listamos aqui três:
1. Incentivo ao Varejo Local:
O popular home-office ou work from home (WFH) é uma realidade. Pesquisas indicam que a maior parte dos trabalhadores norte-americanos não deve voltar à jornada 100% presencial e, claramente, isso também tem acontecido por aqui, no Brasil. Trabalhar mais de casa fará os consumidores criarem laços mais fortes com o comércio local, por isso, há uma tendência na transformação de grandes marcas em dark stores e lojas pop-up em bairros e, consequentemente, no crescimento delas. É uma oportunidade para as marcas que não são locais se tornarem locais.
2. Social Commerce: social selling
Desde o início da pandemia, o social commerce, o comércio via Redes Sociais, vem ganhando força no mercado e crescendo na vida do consumidor. A previsão, inclusive, é o aumento da participação de influenciadores digitais nas ações, já que alcançam grandes resultados em vendas nas mídias sociais. Além disso, o live commerce é outra tendência apontada, o merchandising dos programas de televisão em nova roupagem e canal, agora durante as transmissões ao vivo em plataformas, no maior estilo Shoptime.
3. Experiência Omnichannel:
A integração de todos os pontos de contato com o consumidor é um tema que vem sendo discutido extensamente e, inclusive, um aspecto super interessante é o PDV “figital”, que integra e converge o digital e o físico, afinal em um mundo omnichannel, não podemos contar com fricção, ruídos e com marcas presas a um pensamento linear. Ainda que os consumidores possam ser de gerações diferentes, algumas delas, como a Alpha e a Z, nasceram já neste mundo omnichannnel. É um caminho sem volta, que envolve lojas físicas conectadas às lojas digitais por meio da integração de canais de comunicação e vendas, oferecendo a mesma experiência não importando o ambiente, online ou offline. Uma pesquisa recente da Best Buy indicou que 40% dos clientes da marca preferem comprar online e retirar o produto na loja, mesmo que todos tenham frete grátis e entrega até o dia seguinte, o que reforça a importância da experiência omnichannel no varejo.