Talvez você já tenha se impressionado com alguma música onde um instrumento começa a tocar apenas em uma das caixas de som, enquanto um segundo instrumento segue o ritmo na outra caixa. Isto se dá porque o som stereo da música foi manipulado durante a gravação, direcionando e reajustando os níveis de som de cada instrumento de maneira independente, de modo que ele seja reproduzido apenas na caixa de som da direita, ou da esquerda. O mesmo pode ser aplicado aos fones de ouvido, onde o resultado e a experiência costumam ser melhores.
Partindo do mesmo princípio, foi criado o som 3D. Este som 3D utiliza a técnica de gravação chamada binaural, que nada mais é do que um método para gravar sons utilizando dois microfones posicionados na maneira correta. O resultado é impressionante, e traz uma sensação de realismo ambiental espetacular. Para entender melhor, ouça este áudio simulando um cabeleireiro (recomenda-se o uso de fones de ouvido, e a permanência dos olhos fechados).
Abusando desta técnica binaural de gravação, a agência australiana SapientNitro criou o Earphone Bully – um site que disponibiliza um arquivo de áudio que talvez ajude a maioria das pessoas a entenderem o que passa pela cabeça de quem sofre bullying.
Com uma duração de 2 minutos, o áudio ilustra perfeitamente um ambiente comum para quem sofre bullying constantemente. O intuito é fazer você sentir na pele como é ser “torturado” físicamente e/ou psicológicamente, seja para se reconhecer no papel de vítima e tomar a atitude correta de denunciar os abusos; seja para alertar os pais sobre este tipo de problema tão complicado de diagnosticar nos filhos.
No final, é possível ouvir um sussurro perguntando: “O que você vai fazer a respeito?”, e em seguida o site divulga uma imagem concluindo: “Divulgue. Quem comete bullying escapa quando ninguém denuncia, então a única coisa que você pode fazer é falar. Conte aos seus amigos, espalhe a palavra e, se você estiver sofrendo bullying, conte para alguém que confie.” Você pode optar por compartilhar a página nas redes sociais, ou via e-mail. E ainda pode denunciar seu caso no próprio site.